Um dia me peguei cheia de angústia e muito confusa sobre quem era e o que gostava de fazer da vida. Comecei a sentir um medo de coisas que só aconteciam no universo paralelo da minha fértil imaginação.
Acordei sem ar algumas noites, sentia que todos ao meu redor esperavam que fosse madura, que eu precisava agora ter sucesso profissional, financeiro e amoroso e que continuasse jovem, magra, materna, feminina e doce.
Entrei em uma crise de ansiedade brutal. Parecia que todos os anos que trabalhei duro, até mesmo com coisas que eu amava tinham perdido o encanto e também a esperança.
A minha vida não se encaixa mais em nenhum rótulo. Tem horas que sou jovem demais para ser velha e em outras sou velha demais para me comportar como uma jovem. Tinha dias que só sabia estar insatisfeita de tudo.
Crescer parece ser mesmo uma cilada Bino!
Foi complicado entender algumas coisas como: eu preciso colocar na mesa de forma clara o que está legal e o que não está. O que falta e o que sobra. Preciso aprender a lidar com as frustrações, nada é exatamente como queremos. Eu tenho limites e o as pessoas ao meu redor também.
Mais do que nunca sair da casca é aprender a viver na realidade. Por que as vezes idealizamos de forma platônica uma coisa que é inatingível, desconectadas da nossa atual condição, que existe um abismo entre querer/sonhar e botar a mão na massa.
O caminho tem que ser trilhado antes. Não existe sorte sem trabalho duro.
E tudo não saber o que quer as vezes. Uma grande ajuda e se perguntar “do que não abro mão” porque saber o que não quer fazer já é meio caminho andado.
Essa negociação com a realidade é o que aprendi como maturidade. E tomar decisões sabendo o caminho delas, tendo consciência das consequências.
Essa angústia que sentia nada mais era do que toda uma fantasia de adolescente sendo frustrada.
Então tá tudo bem crescer, é bem legal! Até porque depois de uma tempestade interna, a gente tem todas as cores dentro de si.
Gi