A Olimpíada do Conhecimento é a maior competição de educação profissional das Américas. Realizado pelo SENAI e o Serviço Social da Indústria (SESI), o torneio ocorre de dois em dois anos em diferentes cidades do país. Neste ano, a Olimpíada reuniu 1.200 competidores de todo o país, na área externa do Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, entre os dias 9 e 13 de novembro
A imagem acima é do SENAI Brasil Fashion (que a final aconteceu na olimpíada) é um projeto do SENAI CETIQT que tem como objetivo revelar novos talentos, unindo estudantes do SENAI a grandes especialistas em moda. Após selecionar alunos de diferentes estados por meio de edital, eles recebem orientações de estilistas sobre todas as etapas de desenvolvimento de uma coleção – desde o conceito criativo até a confecção das roupas. Aqui tem o vídeo.
Mas voltando para a Olimpíada, entre as diversas áreas profissionais que participaram do evento, a de moda e criatividade é o que nos interessa (até porque tive a oportunidade de participar do projeto embaixador desse setor).
Como todo desafio tem seus critérios, aqui não poderia ser diferente. E o que me chamou a atenção foi a preocupação com a inclusão e a questão do reuso. Como fala Ariadne Sakkis:
“Em moda, tudo se cria e, claro, tudo se transforma. Nesta edição da Olimpíada do Conhecimento 2016, os estudantes de tecnologia em moda terão de provar que são capazes de aplicar suas habilidades para desenvolver peças multifuncionais, coleções completas para uma família e também para bichos de estimação. Todas fabricadas com roupas usadas“
O nosso papel como embaixador era criar um projeto com esses critérios e interagir com o público. Assim criamos a Coleção Cápsula. (Com a equipe mais maravilhosa de professores: Morgana, Silmara e Eduardo. E com as alunas Barbara, Flávia e Simone que cuidaram da parte de modelagem, corte, costura e criação das peças (já que a pessoa aqui não sabe fazer isso))
O significado do verbete cápsula, que de acordo com o dicionário Priberam (web), é pequeno recipiente capaz de abrigar sementes, medicamentos, entre outros, ou seja, componentes que contribuem para melhoria de diversas situações. Neste contexto, a coleção Cápsula, prevê a entrega de pequenas coleções que contribuam para a melhoria de questões de interesse social. O projeto prevê relacionar a moda com propósitos de inclusão, preservação e saúde.
Nisso criei a logo do projeto englobando os três eixos propostos.

O stand foi projetado com base no upcycling com a utilização de andaimes e flores de papel de revista velhas. O high low do visual industrial do ferro com as folhagens criou a harmônia proposta. As roupas expostas passam por roupas para pets (utilizando calças jeans usadas), roupas para cadeirante e para pessoas com sobre peso, até roupas multifuncionais (moletom que se transforma em mochila e outro que se transforma em bolsa canguru para carregar baby como por exemplo) com a utilização da impressão 3d, incluindo a tecnologia.
Mas projeto a parte, tudo isso só me fez pensar que cada vez mais as pessoas estão preocupada com a moda e o propósito que superam o simples ato de se vestir (claro que falta muito ainda, porém já ta sendo um começo). Ver um evento tão grandioso e além disso criado por instituições com base industrial preocupados em mostrar pras 118 mil pessoas que foram la prestigiar a competição que moda não é só luxo, mas sim que temos uma preocupação social, econômica e política.
Espero que tenham gostado, no meu Behance tem mais sobre o projeto. E se alguém foi la em Brasília me conte como foi.
Carla Pietra