Os anos 2000 marcaram o inicio do seculo 21, um novo momento.
O mundo estava eufórico e apavorado com o tal do bug (que não aconteceu), mesmo assim ansioso por novas tecnologias, um momento experimental e libertador.
Saimos de uma era minimalista para os brilhos dos anos 2000 com a esperança de um futuro melhor.
O mesmo sentimento que temos agora, só que sem as expectativas de carros voadores.
Mas Xofanna porque você esta falando isso?
Você já se perguntou porque que uma peça sempre volta a moda? Isso é importante quando falamos sobre apostas e tendências.
Afinal, não adianta soltar um monte de peças sem ter um propósito.
Primeiramente é importante reconhecer que as roupas, produto da moda, personificam idéias e valores de um período.
Enquanto as escolhas do vestuário refletem o modo como diferentes grupos vêem a si mesmo e como se comportam, assim como seus valores.
Dito isso, entendemos que a moda esta ligada ao tempo que ela pertence.
Existe uma palavra justa para isso.
Zeitgeist!
Zeitgeist é o espírito do tempo.
Ou seja é o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo.
Afinal tendência é o resultado disso.
Um movimento social, cultural, econômico, política e ambientais que ocorre na sociedade a aglutinam grupos em torno de um mesmo comportamento em um determinado espaço de tempo.
É uma força que influencia atitudes e emoções determinando a forma como fazem suas escolhas.
Se você reparar nosso momento atual lembra muito os anos 2000.
Novos tempos, velhos erros (?). Uma coisa simples, compare a presidência do Brasil e dos EUA.
Isso influência o espírito da sociedade em si, seus hábitos e valores. Justo por isso algumas tendências retornam. Pelo mesmo zeitgeist! Agora você sabe o porquê do ciclo né?
Então eu vou compartilhar quais são minhas apostas e justificar o porque delas!

CALÇA SAINT-TROPEZ CINTURA BAIXA
A cintura baixa não foi uma novidade dos anos 2000, na real ela apareceu lá nos anos 60 na região de Sanit-Tropez na França, centro da moda na época.
Revolucionaria, deixava toda região do abdômen a mostra. Se antes as calças tinham 30cm de cós, agora elas tinham 10 a 15cm. A leitura psicológica dela é fácil – Libertação sexual!
A queima dos sutiãs tava ai né amores! E nos anos 2000 não foi diferente.
A idéia de um futuro melhor (como nos anos 60 e a chegada do homem na Lua) alem dos corpos femininos mais exaltados, vínhamos de uma década com moldes retos e minimalistas.
Isso não parece muito com um sentimento comum e atual.
O retorno do feminismo, o empoderamento. A quebra de padrões e libertação sexual.

BOLERINHO
Bolero: é uma peça que termina logo abaixo dos seios. “Pode-se dizer que é um spencer mais curtinho”.
A primeira vez que ele apareceu foi nos anos 1820 – 1870, como uniforme de equitação da Burguesia.
Uma coisa interessante, é que os costumes da Burguesia, eram imitações das roupas da realeza.
Ou seja uma versão baratinha.
Mas o legal foi descobrir que o bolero ou bolerinho teve seu momento de glória nos anos 30!
Um momento onde as mulheres voltaram a se vestir de forma feminina (depois dos tempos de Guerra).
Um detalhe curioso é que nesse momento a sociedade estava em uma crise econômica, culpa da queda da bolsa de valores NY em 29, e com isso as pessoas voltavam a ocupar ambientes públicos.
Por isso, para facilitar a caminhada os casacos tinham que ser leves, baratos e práticos para serem carregados sempre.
Novamente, faça uma avaliação e compare com o momento atual.
A Av. Paulista fechada aos domingos, o amor atual por cactos (que é uma forma “verde”) e a nossa economia como se encontra hoje?
Lembre como o bolero era constante em 2006? As musas da Disney, adoravam usar junto com sobreposições, looks românticos e práticos.
Apesar da economia estar estável, foi no final de 2007 que uma crise levou o mundo a loucura.
TOTAL JEANS , TOTAL COOL!
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TIARAS
O nome “correto” é testeira.
Explicando de forma mais abreviada, justa mas um tanto quanto genérica.
A tiara é símbolo de feminilidade – que não tem nada a ver com delicadeza – e também poder, associadas a coroas.
A história da tiara começa lá no antigo Egito com a Cleópatra.
Quer maior sinônimo de poder e feminilidade que ela?
Talvez (BEM TALVEZ) só a Blair Waldorf, rainha do Upper East Side que fez a cabeça das garotas na segunda metade da década de 2000.
Você consegue observar um padrão de comportamento, consegue associar esses ideais com uma palavra muito comum e atual?
Eu sim.
Empoderamento feminino.
Quando conseguimos reconhecer padrões de comportamento, conseguimos também prever tendências.
E claro que você não escolhe suas peças por esses motivos, mas o fato delas retornarem a moda tem um porque.
Saber disso é vantagem.
Gi